Ilustradora: Viria


São duas e vinte e seis da manhã agora e eu não consigo dormir. Tentei ler até pegar no sono e enjoei da leitura, tentei ouvir algumas musicas, mas nada me deixou sonolenta, então o que me restou foi te escrever, meu amor.

Hoje é o grande dia, eu vou embora, vamos estar a 18 horas de distancia e sabem lá os deuses quantos km entre nós, estados diferentes LF.. Mesmo com todos os nossos planos tão perto de se tornarem realidade eu ainda sinto que vai demorar tanto... Uma dor inexplicável toma conta de mim agora, não é expectativa pela cidade nova, não é medo do trote, tampouco ansiedade pelo início das aulas, é tudo saudade de você. Eu nem consigo explicar como ela pode doer tanto se eu te vi a menos de 5 dias, mas acredite essa saudade machuca e machuca sem dó. É esse infinito entre nós, quanto mais perto ele está de acabar, mais forte ele fica e com mais dor me deixa.

Faltam agora menos de 30 dias pra estarmos juntos para sempre, esse vai ser o maior infinito que teremos. Espero que o mais feliz também.

Dá pra acreditar que depois de tudo isso a gente vai finalmente conseguir? Porque eu ainda não consigo. Depois de tantos altos e baixos, tantos encontros desencontrados, tantas reviravoltas e mal entendidos, finalmente vamos poder dormir e acordar juntos. Finalmente ter uma eternidade ao lado de quem realmente amamos.

Eu sonho com isso há muito tempo, e consigo ver perfeitamente como você faz parte de mim, talvez até mais do que eu mesma (e você sabe o que meus “talvez” significam). Eu penso muito na origem dessa química que a gente tem e nos motivos pelos quais eu amo tanto você e a resposta pra primeira questão eu não consigo descobrir, já para a segunda as respostas são inúmeras. Você me conhece amor, conhece todos os meus defeitos, medos e sonhos, você me conforta quando eu não estou legal e percebe que eu estou diferente só de olhar pra mim. Quando eu estou com você posso ser eu mesma sem precisar inventar nada.

Eu amo essa sua 'bocona', e amo quando ela toca a minha boca pequena, eu amo quando você me abraça e eu posso sentir seu calor, amo seus dedos longos e suas mão quentes acariciando meu corpo e amo quando você tira meu cabelo bagunçado da frente do meu rosto enquanto sorri pra mim e diz que gosta dele bagunçadinho assim, eu amo te ouvir dizer que me ama com esse seu olhar sincero, amo sua cara de dor quando eu te dou uma mordida, amo quando você me beija na testa e o jeito como você olha pra mim, amo suas 'caras estranhas' e seu ciúme disfarçado, amo o modo como você cuida de mim e tenta me proteger de tudo mesmo que você esteja com mais medo que eu, amo o fato de conseguirmos manter nossa amizade praticamente intacta mesmo com nossos desentendimentos e amo o jeito que fazemos com que ela aumente cada dia mais. Amor eu amo esses barulhos estranhos que você faz enquanto dorme, eu amo o jeito como você nunca me deixa 'sozinha' enquanto dormimos e tá sempre me abraçando de algum jeito...

Eu amo você


  Ilustradora: Viria

Ouvir durante a leitura:
Someday - Nickelback
Wonderwall - Oasis
Never Gonna be Alone - Nickelback
R U Mine? - Arctic Monkeys
Chega bem quietinho por trás de mim, sem que eu perceba e me abraça devagar. Sorri pra mim daquele jeito bonito, como quem diz: “eu não aguentava mais tanta saudade”. Segura minha mão enquanto andamos pela praça ou esperamos o sol se pôr. Diz que é apaixonado por mim. Me abraça. Me deita no seu peito. E fica, amor. Fica para sempre.
Não quero te prender, mas é terrível te soltar. Quando você vai, sinto sua falta, e me dói o coração não te ter aqui comigo. Sei que sou uma bagunça, toda fora de ordem, mas estou me ajeitando, e de pouco em pouco eu vou melhorando esse meu jeitinho complicado.
É engraçado como uma coisa mínima pode mudar sua vida. Num piscar de olhos alguma coisa acontece do nada, quando a gente menos espera e nos coloca num caminho que não planejamos e um futuro que talvez nunca imaginamos, afinal, quem imaginaria que eu passaria numa federal? Quem imaginaria que a gente finalmente se entenderia? Quem, pelos deuses, imaginaria que planejaríamos morar juntos?
Mas aqui estamos nós, e foi você, sempre vai ser você, sempre foi. Sempre vai ser aquela música que faz todo o sentido quando lembro de você. Seus gostos, suas manias, suas carências tão iguais as minhas. Mesmo que dê tudo errado, que as coisas mudem, que o tempo passe. Eu sempre vou ter aquela necessidade maior por você do que por qualquer outra pessoa, sempre vou sentir sua falta mais do que eu pensei que fosse possível sentir de alguém um dia. Sempre vou querer mais você, pedir mais você. Mesmo que as coisas saiam de forma contrária a que esperamos. Eu sempre vou querer seu abraço, seu beijo, seu cheiro. Não importa o quanto as coisas estejam difíceis. Sempre vai ser você que deixará tudo melhor, mesmo quando parecer impossível. Sempre vai ser eu e você, nós. Mesmo depois das brigas, dos medos, da falta. Sempre. No final a gente sempre se acerta, sempre se ajeita. Porque foi você, é você, será você. Nós, juntos. E ninguém no mundo pode mudar isso.
Um dia qualquer, quando você estiver sozinho e encostar a cabeça no seu travesseiro, apenas feche os olhos e lembre, lembre de tudo aquilo que um dia te fez chorar, de todas as pessoas que te fizeram mal, de tudo que tirou algo na vida, pensa bem, pensa nos momentos ruins, nos momentos tristes, em todas as vezes que se sentiu sozinho e sem ninguém. E depois quero que você se lembre que não importa o que você passou, eu agora estou do teu lado, eu estou bem aqui, e bem aí também, estou no teu celular, nas musicas que você escuta, nos seus sonhos e até nos pesadelos, estou no seu coração, se precisar de mim, e até se não precisar, você vai saber onde me encontrar.
Garoto, já parou pra pensar no efeito que você causa em mim? Olha nos meus olhos tem um brilho diferente dentro deles. Olha o jeito que eu fico boba perto de você. Olha o jeito que eu fico sorrindo que nem uma idiota quando alguém fala de você em uma conversa banal. Olha o jeito que eu te abraço, como se você fosse o meu mundo. E quer saber de uma coisa? Eu realmente preciso de você, você realmente é o meu mundo, você tem o meu coração só pra você. E esse seu jeito tão perfeito de cuidar de mim e de me proteger, se importar comigo. O efeito que você causa em mim é tão forte, tão intenso, tão maravilhoso. Não imagino mais minha vida sem você. Não sei quantas vezes eu me perdi lembrando dos nossos momentos juntos e sorri sozinha feita boba. Quantas vezes eu chorei de saudade.

Eu encontrei em você carinho, amor, proteção e amizade. Encontrei atenção, companheirismo, reconhecimento e perdão. Encontrei a vida, razão e loucura. Encontrei paixão, afeto e cumplicidade. Por fim, como se não bastasse, me encontrei em você também (posso com isso?).

Não acho que seja o amor que provoque esse sofrimento que tanto dizem, e sim a pessoa que achamos que amamos. O amor é a melhor coisa do mundo quando é correspondido. Quer saber como eu sei disso? Eu tenho você.




Pensando bem, não se sabe exatamente o que a gente faria se hoje fosse o nisso ultimo dia de vida, pelo menos eu não saberia o que fazer. Chorar? Se desesperar? Ficar ao lado das pessoas que ama? Fazer uma oração? 
 
Eu, particularmente acho que eu não faria diferente da maioria da população, eu choraria e perguntaria aos deuses porque eu, o que eu fiz de errado. Mas hoje depois de ouvir uma musica e dar uma mexidinha na barra de rolagem desse Facebook, me fiz esse questionamento, será que valeria a pena? 
 
Ouvi (ou li) uma vez que cada dia que temos é um presente que os deuses nos dão, e não um direito adquirido. Então isso me fez pensar, se hoje fosse meu ultimo dia, eu tentaria fazer tudo que não fiz nesses 19 anos que tive pra fazer, tiraria o atraso, eu não deixaria nada passar, não sentiria medo nem arrependimentos, porque pela primeira vez eu estaria fazendo absolutamente tudo o que me desse na telha, sem pensar no que as pessoas achariam de mim, afinal eu não teria nada a perder. Eu iria fazer as coisas que vi outras pessoas fazendo e não fiz por falta de coragem ou por puro preconceito. 
 
Assim, se hoje fosse meu ultimo dia de vida, eu poderia partir feliz e em paz, e dar adeus ao hoje quando o amanhã chegasse, sem pendências, sem listas de afazeres cumpridas pela metade, eu teria vivido cada momento como se fosse o ultimo (pois de fato seria). Eu faria o certo (pra mim), eu perdoaria cada inimigo que me fez mal na vida, e pediria perdão a todos que já fiz mal, me arrependeria sinceramente de todos os meus pecados. 
 
Mas parando pra pensar de verdade, hoje não é meu ultimo dia (pelo menos não declarado pra mim), então porque não começar a viver agora? Porque não? Já vivi 19 anos com medo de julgamentos de pessoas que erram tanto quanto eu, já vivi 19 anos querendo agradar pessoas que querem agradar a outras pessoas e no final, todos queremos agradar a grande Boss da vida, a Deusa. Mas se você pensar de verdade, com todo o seu coração vai ver, que Ela, não tá nem ai pro que você faz por fora, porque Ela só vai mandar pro céu ou pro inferno (ou seja lá pra onde vamos no fim) quem nós somos realmente, Ela vê quem nós somos lá no fundo quando ninguém mais vê, quem nós somos de verdade, Ela vê aquela pessoa que a gente não quer mostrar pra mais ninguém. 
 
Então, depois de tanto pensar eu decidi finalmente, nascer. É isso mesmo, vamos sair desse útero minha gente, seja ele seu quarto, seu computador, seu fone de ouvidos, seu papel e caneta ou seu livro. Porque não fazer da sua vida o seu romance preferido? Pode ser a coisa mais clichê que você já ouviu/leu, mas essa Jéssica aqui, é a garota mais clichê que você pode conhecer, então fica pra você mais um clichezinho: viva minha amiga, saia desse quarto, pare de se esconder atrás desse livro, viva algo que valha a pena ser escrito, saia pra comprar pão e por acaso encontre seu verdadeiro amor, crie seus próprios clichês, quem foi que disse que você não pode? Sua vida pode ser um conto de fadas sim, é só você viver do seu jeito, sair com as roupas que você acha bonita, ouvir as musicas que fazem você se sentir bem, e nunca, nunca deixe ninguém dizer o que é certo pra você, porque isso minha amiga, só você vai descobrir. Não deixa uma pessoa confusa confundir sua vida também.


 Imagem: Ilustradora Viria

Era sexta-feira 13, um dia repleto de lendas e superstições. Para alguns esse é um dia de azar e cautela, mas não pra Katie. Aquela sexta-feira 13 era seu nascimento. Acabaram-se as preliminares a vida começa aqui, foi o que ela pensou ao abrir os olhos naquela manhã quente de verão.

O relógio marcava 07:00 da manhã e tudo parecia como de costume, o sol brilhava intenso e castigava a cidade de São José dos Campos com seu calor impiedoso, Katie pensava em como era possível que o sol estivesse tão forte se eram apenas sete da manhã.

Tudo estava como sempre, mas haviam sutis mudanças no universo que passariam despercebidas a qualquer pessoa desatenta, mas não pra ela. O sol brilhava sim, mas o brilho era diferente, como se o sol quisesse doar seu brilho para ela naquele dia, como se os deuses a estivesse ajudando e dando força.

Desde que Katie e Alex voltaram a conversar, os dias dela passaram a encher-se de expectativas e esperanças de que algo que lhe faltava fosse preenchido. E aquele era o dia, aquela sexta-feira 13 seria talvez a ultima chance que eles teriam de ficar juntos de verdade. Ele viria para a cidade visitá-la e essa seria a primeira vez que se veriam em mais de um ano. Ela não queria perder aquela chance e tinha medo de que os dois estragassem tudo como da ultima vez que se viram.

Com os pensamentos meio atordoados, devido ao sono dificil e ancioso que teve na noite anterior, Katie criou coragem e levantou-se da cama, foi até o banheiro escovou os dentes e começou a se arrumar para acompanhar seu amigo Oliver ao dentista. Era uma ótima forma de passar o tempo e se distrair um pouco, pensou ela, afinal até as sete da noite eram muitas horas, e Katie não estava nem um pouco feliz com a ideia de ficar esperado sem fazer nada o dia todo.

Depois de voltar do consultório do dentista, Oliver e Katie ficaram de bobeira vendo vídeos na internet e jogando RPG. Oliver havia convidado um garoto pra passar o fim de semana com eles, iriam fazer uma “social de casais”. Katie sabia que o motivo daquele convite era que Oliver não suportava a ideia de nunca ter um namorado enquanto Katie estava sempre acompanhada ( não que Katie se orgulhasse disso, mas não importava para Oliver), ele tinha inveja dela e ela sabia disso, e mesmo não gostando dessa situação Katie nunca dizia nada ao amigo.

Por volta das 17:00 o par de Oliver chegou, seu nome era Max. Katie e Oliver foram encontrar Max no ponto de ônibus para mostrar-lhe o caminho até a casa de Oliver.


As 17:15 já estavam de volta a casa de Oliver assistindo vídeos de terror e gameplays na internet. Eles conversaram e bateram papo por algumas horas, Katie estava visivelmente ansiosa e nervosa, aquela espera a estava consumindo.

Ela pensava em todos as momentos e histórias que tinham para recordar. A química entre eles sempre foi forte de mais para ser compreendida, então eles apenas a sentiam. Desde que se conheceram algo aconteceu dentro deles, demorou um pouco para ser desenvolvida e aflorada, e mais ainda para ser aceita, mas naquela sexta-feira o sentimento quase não cabia nela, era como se voltasse a ser uma adolescente tola e insegura.
Katie ficou presa em seus pensamentos em busca de conter a ansiedade de encontrar o garoto que a havia esperado 5 anos de sua vida e que de certa forma ela também havia esperado. Muito medo e insegurança lhe percorriam a mente. E se a amizade deles tivesse acabado? E se eles estivessem confundindo os sentimentos? E se ela estragasse tudo? Eram tantos os sentimentos e expectativas que ela ficava confusa dentro de si.

19:10 ela recebeu sua mensagem, “Cheguei”, nesse momento ela não sentia frio na barriga, sentia uma verdadeira tempestade de neve dentro dela. Ela vestia uma saia godê preta com estampa de marcas de batom, como se alguém tivesse beijado a saia toda usando batom vermelho, uma blusa regata rosa clarinha e uma sapatilha preta, os cabelos estavam soltos levemente jogados para o lado esquerdo, usava um brinco de coruja com uma pena longa. Por fora parecia calma e tranquila, mas por dentro estava surpresa de ainda possuir o dom de andar.

Enquanto caminhava descendo a rua, ela pensava em quanto tempo eles não se viam, no tempo que ficaram sem o contato um do outro e em tudo o que havia acontecido no ultimo mês. As mãos estavam tremulas, o coração batia rápido e forte, tão forte que pareia ameaçar fugir correndo dali.

Katie passou por uma choperia e uma lan House do bairro, passou pela farmácia, uma locadora de filmes, e chegou ao final do quarteirão, foi quando o viu...

Ela não conseguiu conter o sorriso, tinha o riso frouxo, lembrou-se da primeira vez que se beijaram a poucos metros dali, depois da aula. Lembrou das conversas e risadas que dava com ele, e percebeu como era forte o sentimento que sentia, mesmo depois de tanto tempo.

Ele vestia uma camisa branca, calça jeans azul e um All Star, os óculos eram praticamente como os últimos de que se recordava. Quando finalmente pôde tocá-lo o abraçou e sentiu seu corpo estremecer-se numa espécie de alivio, foi como se tivesse recuperado uma parte dela que a muito lhe faltava, ela sentiu paz pela primeira vez em meses e aquilo a fez quase chorar ali mesmo, no meio da rua.

Depois de poucos minutos de conversa eles foram de volta para a casa de Oliver. Chegando lá Katie parecia mais um robô, ela anciava que Oliver calasse a boca para que ela pudesse finalmente beijar Alex, como tinha sonhado no ultimo mês, e sendo sincera nos últimos anos.

Quando isso finalmente aconteceu e Oliver apagou as luzes de seu quarto excessivamente quente, Katie abraçou Alex com toda a força que ainda lhe restava e chorou. Chorou de saudade, chorou de alegria, chorou de medo. Ela sentiu-se tão completa como talvez nunca tivesse sentido antes, sentiu como se não fosse capaz de esperar mais nem um segundo para sentir seus corpos se tocarem novamente.

O beijo tão esperado e urgente aconteceu ali, naquele quarto quente, com outro casal se pegando na cama ao lado e nesse momento ela teve mais uma certeza, dentre tantas outras que tivera até ali, aquela era a única boca que ela queria beijar pelo resto de sua vida.